sexta-feira, 18 de junho de 2010

o finito

Iniciar um texto a partir de um tema, no mínimo, polêmico, me faz tentar escolher as melhores palavras pra discorrer algumas frases e parágrafos. A gente costuma ouvir a frase clichê: ' Viva cada dia como se fosse o último', mas na maioria das vezes, não a levamos ao pé da letra. Normalmente, nos preocupamos com coisas bobas, fúteis, mesquinhas. Damos um valor exacerbado a objetos de puro valor material, e deixamos de lado momentos simples e pequenos que fariam toda a diferença.
Por exemplo, já fui em locais prestigiados, cercados de luxo e riqueza, que não foram capazes de me fazer feliz como quando eu vou ao cachorro quente da esquina fofocar e rir com as minhas amigas. Lembro-me que a viagem que marcou a minha vida não foi nenhuma grande viagem, mas sim a semana em que eu fui visitar a cidade em que meu pai cresceu, no Tocantins, local no qual eu fui apresentada a mais bela e pura infância que eu já ouvi falar. Enfim, vivemos em busca da riqueza e do luxo, mas se pararmos pra analisar, momentos de felicidade não dependem desses dois fatores. O que se precisa é de boas companias e uma mente aberta.
Enfim, eu fiz toda essa enrolação, que não é exatamente diretamente ligada ao assunto que eu quero abordar, querendo no final falar sobre a morte. Hoje morreu José Saramago, um dos maiores autores da contemporaneidade, português e gênio. Aos 87 anos, o autor deixou obras imortais como a jangada da pedra e intermitências da morte etc. Esse triste acontecimento me fez pensar a respeito do sentido da vida (e da morte). Eu já perdi algumas pessoas próximas e queridas, mas posso confessar? Até hoje, eu não fiz a assimilação dos acontecimentos, e na minha cabeça eu acredito que a qualquer hora elas podem voltar, tocando a campainha pra almoçarem na minha casa, ou até mesmo me ligando pra gente fazer qualquer coisa juntas. É estranho, mas eu não consigo entender a morte, e por isso, talvez, eu tenha essa reação diante dessa situação.
Há menos de um mês, um garoto, amigo de amigos, bastante conhecido e querido, faleceu. Sabe o pior? Eu o vi uns três dias antes dele sofrer um acidente de moto. Quando soube do velório, eu fiquei abolutamente perplexa. Foi meio inacreditável. Parecia uma piada, uma brincadeira, mas não foi. E pior ainda? O cara tinha menos de 24 anos de idade. Isso me fez sentir tão vulnerável e frágil. Como uma pessoa pode estar te cumprimentando num dia, e no outro ela simplesmente vai pra "não sei aonde"? É angustiante. E eu me faço outra pergunta: pra onde essas pessoas foram? pro céu? pro inferno? pro além? pra onde? Um dia eu vou rever essas pessoas? São perguntas que afligem, mas que são inevitáveis. E eu posso confessar? eu tenho medo. Eu tenho muito medo, porque se qualquer um está sujeito ao "desaparecimento", o que será de mim sem minha mãe, meu pai, minhas melhores amigas? CRUZES. Não quero pensar nisso. Não quero! Ou quero?! Não sei. Mas acho melhor eu seguir o famoso ditado que eu citei no começo: ' viva cada dia como se fosse o ultimo', porque eu gosto tanto dessa vida, cheia de dificuldades, injustiças e maldades, mas que é também única, bela e memorável. surtei. bye, babies.

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