quinta-feira, 1 de julho de 2010

metas

Tem dias que eu acordo disposta a mudar a minha vida e o mundo. Desperto e resolvo que esse é o momento de começar a dieta, de fazer um hora de esteira, cortar o cabelo, fazer uma tatuagem, plantar uma árvore e escrever um livro. Toda essa certeza acaba por volta das 9h20 da manhã, que é quando começa o intervalo na faculdade. A minha dieta é abortada, eu como um pacote de batata ruffles e um suco de laranja com muito açucar! Mas, ainda dá pra fazer uma hora de esteira (adicionando,claro, uns 30 minutos por causa da batata), cortar o cabelo, fazer uma tatuagem, plantar uma árvore e escrever um livro.
Chego da faculdade e vou correndo (de carro) pra academia, olho pra esteira, ela olha pra mim e a gente não se entende. Eu acho tão chato e retardado andar, andar, andar e não chegar a lugar algum. Desisto da esteira e começo a conversar com o professor bonitão da academia. Relaxa... Nem tudo está perdido! Vou passar no salão e cortar o cabelo. Chego no salão e só tem 2 cabelereiras MULHERES. Desculpa a discriminação, mas eu odeio cortar o cabelo com mulheres. Parece que rola uma inveja, uma tentativa de cagar o seu cabelo só pra diminuir a concorrência, sabe? Eu só corto com homossexuais. Eles sabem o que fazer, eles adivinham o que vc deseja, além do mais, os homens que eu quero não são exatamente os mesmos que eles querem. Enfim, não tem cabelereirO, nada feito. Juro que ainda tenho esperança de que pelo menos uma das minhas metas serão alcançadas.
Próximo ao salão tem um estúdio de tatuagem, e eu logo fico animada e entro no recinto. Ao entrar me deparo com um cara sentado com a mão estendida e outro homem com um aparelho metálico, com uma agulha assustadora, perfurando a mão do primeiro sujeito. Eu fico olhando abismada, enojada e temerosa. Logo, o tatuador para de fazer seu trabalho macabro e levanta o rosto, abaixa a máscara que cobria sua boca e abre um sorriso (A BOCA DELE ERA TATUADA). Eu com toda a educação que a minha progenitora me forneceu, abro um sorriso (falso) também. E o cara diz: - E ai, beleza? Senta ai. O que você deseja? - Eu sou uma pessoa extremamente vagarosa e quando estou em situações que me assustam eu fico mais retardada ainda. Eu só consegui dizer: - Porque você tá fazendo uma tatuagem na MÃO dele? Os dois caras riram, e o tatuador disse: - Porque ele quer. Eu cheguei mais perto pra ver a mão do maluco, e ela estava sangrando. O desenho era de um buraco com um bicho parecido com uma lampréia saindo da mão dele. Acho que ele acreditava que ele era um daqueles lutadores do Mortal Kombat. Depois disso, eu entendi que aquilo era um sinal pra eu deixar essa história da tatuagem pra outro dia.
Nessa altura do campeonato, eu já estava completamente desanimada e meu maior desejo era ter uma bomba atômica pra explodir o mundo. No entanto, meu coração pedia pra eu tentar os dois últimos tópicos da minha lista de metas revolucionárias.
Como eu iria plantar uma árvore? Eu sei que eu preciso de uma muda, terra, água, adubo, e um lugar. Se eu plantasse uma árvore no vaso da varanda do meu apartamento, minha mãe não ia achar muito legal, eu acho. Eu moro ao lado do parque, então achei que seria uma ótima ideia fazer minha boa ação ao meio ambiente num lugar onde a flora é diversificada. Eu queria plantar feijão, mas eu me decepcionei quando eu estava na terceira série, porque o feijão de todo mundo brotou e o meu não. Eu nunca levei jeito pra essas coisas. Mas esse era o meu dia revolucionário! Tudo iria mudar! E eu estava determinada a plantar uma árvore. Comprei uma muda de eucalipto. Foi caro, mas eu precisava fazer a minha parte. Fui ao parque, levando a muda e todos os outro utensilios necessários a essa proeza. Comecei o trabalho sujo, e comecei a me sentir uma maluca. Primeiro: eu nem sequer sabia por onde começar e segundo: eu não gosto muito de insetos e sujeira. Resumindo, eu desisti no meio do caminho.
Você deve tá me achando uma louca, fracassada, desocupada e mal-amada, mas eu não sou tudo isso, só algumas partes. Mas eu cheguei à conclusão de que mudar o mundo é uma tarefa bastante árdua, que exije força de vontade, preparo físico e emocional, e acima de tudo paciência. Porque nem tudo sai como a gente planeja. A vida é uma caixinha de surpresas. Eu fico muito chateada quando o acaso desorganiza os meus planos, mas fazer o que? Meu dia revolucionário foi por água a baixo, mas eu fiquei feliz por tentar.
Hmm, já estava esquecendo do último ponto da minha lista, que é escrever um livro. Esse eu já estou fazendo desde os meus 15 anos. Com muitos erros de pontuação, gramática e ortografia, mas é um livro. Quem sabe um dia eu publico ele. Faltam algumas partes, mas essa meta um dia eu irei cumprir.

ps. Alguns trechos desse texto são fictícios com o intuito de tentar deixar o texto mais engraçado e interessante, mas 89% da narração é verdade, inclusive a parte do tatuador.

Boa noite, amores.

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